Algumas semanas parado e lá vem o destreinamento

 
Levamos alguns meses e até anos para chegarmos a uma performance desejada, mas podemos perder em apenas algumas semanas. Esse fenômeno é caracterizado como destreinamento.

O destreinamento representa uma perda parcial das adaptações adquiridas com o treinamento, em função de uma interrupção da carga de trabalho (treinos), por qualquer motivo que seja. Essa perda é rápida e o restabelecimento do mesmo estado de treinamento pode demorar bem mais do que o tempo que ficou parado.

 As adaptações são perdidas em  2 a 4 semanas de destreinamento. As variáveis que mais se alteram são frequência cardíaca (FC), volume sistolico, débito cardíaco e o consumo máximo de oxigênio (VO2max).

 

O VO2ma sofre uma queda nos primeiros dias, provocada pela diminuição do volume sistolico e volume de sangue, ocorrendo um aumento da FC para tentar compensar essa queda.

As adaptações musculares apresentam queda já com 2 semanas sem exercícios, onde as maiores perdas são das atividades enzimáticas. Esse tempo de interrupção provoca uma diminuição no armazenamento do glicogênio muscular de até 40% após 4 semanas.
Em um estudo realizado com nadadores, além da perda do glicogênio, pode ser observado um aumento na concentração de lactato em exercício submaximo, comprometendo a realização de exercícios de alta intensidade em treinos ou competições.

Quando o atleta se lesiona as perdas são maiores, se conseguir treinar durante esse período pode manter seu condicionamento, voltando a sua forma física mais rápido, desde que se pratique exercícios que não prejudiquem a lesão.  

Como as adaptações fisiológicas são perdidas rapidamente, o importante é que as cargas de treino sejam distribuídas de uma forma que privilegie o treinamento e não o destreinamento. Pois o mesmo pode estar intimamente ligado ao volume, intensidade e  frequência de treinamento.

 
18/1/2011 09:10  | Por Felipe Romano