Intolerância desconhecida à lactose não é incomum

 Presente na mesa da maioria dos brasileiros, o leite e seus derivados sempre foram considerados alimentos saudáveis e completos para todas as idades. No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Campinas (Unicamp), pelo menos 40% da população brasileira possui algum tipo de desconforto ou problema digestivo ao ingerir leite ou seus derivados, ou seja, têm intolerância à lactose.

Em outras palavras, isso significa que essas pessoas são incapazes de digerir o açúcar presente no leite e seus derivados, por causa de deficiência ou ausência de uma enzima intestinal.

Ainda quando bebês, nosso organismo produz a enzima lactase para digerir a lactose presente no leite materno. "Após o período de amamentação, a quantidade dessa enzima diminui e o mais comum é os adultos perderem a capacidade de metabolizar a lactose", explica a nutricionista funcional Juliana Trevilini Garcia.

Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), as reações a alimentos de causas alérgicas acometem de 6% a 8% das crianças com menos de três anos.

O problema geralmente surge após o término da amamentação exclusiva, quando os bebês entram em contato com outros tipos de alimentos, sendo que a alergia ao leite de vaca é uma das mais comuns.

Os sintomas e a oferta de dieta inadequada podem provocar baixo peso e estatura, e essa desnutrição pode comprometer até mesmo o desenvolvimento intelectual.

Controle

Quem é intolerante à lactose manifesta alguns sintomas após consumir lacticínios, entre elas, dores, distensão e cãibras abdominais, náuseas e vômitos, diarreia e produção de gases.

De acordo com a especialista, isso ocorre pela ação de bactérias intestinais sobre a lactose. "Quando surgem esses sinais é imprescindível procurar um profissional para diagnosticar e orientar corretamente sobre como proceder com a alimentação", ressalta a especialista.

Embora seja raro, a deficiência à lactose também pode ter origem congênita, no qual o bebê nasce sem a capacidade de produzir lactase. Como o leite materno possui como açúcar a lactose, a criança é acometida pelos sintomas da doença logo após o nascimento e não pode sequer ser amamentada.

"Esses casos são raros, mas crianças com esse problema têm de ser alimentadas com alguma fórmula láctea que não contenha lactose", explica o gastroenterologista pediatra Mauro Batista de Morais.

Mesmo sem tratamento, a intolerância a lactose pode ser controlada com mudanças na dieta alimentar. A nutricionista recomenda que o paciente deixe de consumir lacticínios ou comprar e ingerir a enzima lactase industrializada quando for consumir uma pequena quantidade de leite e derivados.

Consumo de cálcio

Por outro lado, para o ortopedista Renato Raad consumir uma baixa quantidade de cálcio pode ocasionar distúrbios múltiplos e de diferentes intensidades, como por exemplo, transtornos psiquiátricos, deficiência de cálcio, convulsões, formigamento nas extremidades, transtornos cardíacos, vômito, diarreia, alterações na visão e alterações na pele (pele seca) e queda de cabelos, entre outros.

O baixo consumo de cálcio é também um importante fator de risco para a osteoporose. "O baixo consumo, principalmente quando iniciado na infância, no momento da formação da massa óssea, acarreta uma má qualidade óssea na idade adulta", avalia o médico.

A situação agrava na mulher na pós-menopausa, pois, a reabsorção do cálcio fica reduzida. Embora o leite e seus derivados sejam considerados fontes de cálcio, outros alimentos podem ser substituídos pelo leite. "Principalmente, devem estar presentes na dieta das pessoas intolerantes à lactose", enfatiza o especialista.

Entre os alimentos ricos em cálcio estão: brócolis, couve, couve-flor, repolho, verduras verdes escuras (com exceção do espinafre), algas marinhas, gergelim integral, amêndoas e feijão.

"É necessário ingerir regularmente o cálcio, para manutenção da qualidade óssea, função muscular e outras ações como qualidade no impulso nervoso e colaborar na manutenção da pressão arterial adequada", esclarece Raad.

O consumo ideal médio para adultos é de 1.000 mg ao dia e para crianças 600 a 800 mg ao dia. Já para as mulheres pós-menopausa, o consumo diário indicado é de 1.500 mg ao dia.

O consumo máximo não deve superar 2.500 mg/dia, tanto para homens quanto para mulheres. "Caso o consumo seja superior à adequada, pode causar hipercalcêmica, ou seja, perda do tônus muscular, constipação, grandes volumes urinários, náusea, confusão, coma e até pode levar o paciente à morte", ressalta o médico.

Um grande aliado para a fixação do cálcio nos ossos são os exercícios físicos. "O cálcio desempenha um papel fundamental na contração muscular, através da sua concentração celular e manutenção da massa magra do corpo", enfatiza o ortopedista.

Principais sintomas

Os sintomas da intolerância à lactose variam de intensidade e podem aparecer até várias horas após a ingestão de alimentos ou bebidas. A seriedade depende de vários fatores, incluindo a quantidade de lactose que cada um consegue tolerar bem como idade, etnia e tempo de digestão habitual. A intolerância à lactose não causa vômitos.

* Náuseas

* Cólicas

* Inchaço abdominal

* Flatulência

* Diarréia

Os alimentos que devem ser evitados

* Leite de vaca desnatado e integral

* Leite de cabra

* Creme de leite

* Chocolates a base de leite

* Queijos, como brie, gouda e mussarela

* Iogurte

* Doce de leite

* Leite condensado

* Margarina e manteiga

* Pudins, tortas e bolos a base de leite

 

Fonte: www.parana-online.com.br